Wednesday, April 24, 2013

Video de 1 minuto sobre uma Reunião Consigo Mesmo


Todos sabem como reuniões são essenciais, mas de nada adiantam se o executivo não se encontra consigo mesmo. 



Aperte o play ou acesse o video no link! Obrigado!

Monday, April 22, 2013

Bem-vindo a este serviço

Caro amigo, neste blog você encontrará diversos artigos que escrevo sobre assuntos ligados ao empreendedorismo e consultoria de arte.

Fique a vontade para explorar o site e me contatar pelo email
artistaramalho@gmail.com

Um abraço,
Ricardo Ramalho

Wednesday, April 17, 2013

Consultoria para artistas: com alguma ambição

As pessoas tem uma visão romântica da arte como se o artista fosse um sacerdote sem nenhuma ambição financeira ou profissional. Não é assim. Arte é um mercado de trabalho muito competitivo e exige disciplina e procedimentos para um pleno reconhecimento.

Uma vez o artista José Resende participou de uma exposição com jovens artistas no Centro Cultural São Paulo. Sua instalação teve grande destaque na exposição. Durante a montagem tiveram de deslocar obras de outros artistas para abrirem espaço para sua obra. Num debate a noite ele foi criticado pelos artistas emergentes que tiveram de mudar suas peças de posição. Resende rebateu "falta ambição nos jovens artistas".

A ambição do artista é algo necessária, com ela poderá se projetar no meio, levar suas obras ao conhecimento de mais pessoas, dar conta da concorrência feroz, digerir os venenos, se valorizar, defender sua obra. O papel de valorização do artista está mais na mão dele do que na mão do galerista. Ao galerista, com frequência, pouco importa se um ou outro serão bem sucedidos, ele tem outros 30 artistas na manga. Embora também seja função da galeria valorizar os artistas quem deve ser o mais aplicado nisto é ele próprio.

Tenho recebido consultas e tenho prestado serviços de consultoria para diversos artistas e isto me deixa bastante contente, porque é uma atividade prazerosa dialogar com meus semelhantes. Apesar de ter experiência em museus, galerias, curadorias, e gestão, considero-me antes de tudo um artista.

O trabalho de consultoria para artistas é basicamente o estabelecimento de uma rotina de trabalho, um compromisso recíproco de dedicação a determinadas tarefas e objetivos num tempo determinado.

Os artistas tem 3 desafios comuns:
1) afinação dos conceitos de suas obras de arte
2) desenvolvimento de carreira
3) relacionamento com o mercado

Sem que todos os três desafios estejam estabilizados ele não avança com segurança:
- um artista forte no mercado, com conceitos claros de obra mas sem uma carreira, é um artista rico porém marginal no sistema. (exemplo clássico extremo, Romero Britto).
- um artista com conceitos, e com carreira de exposições, mas fora do mercado, é reconhecido, porém pobre (acho que a maioria dos artistas estão nesta situação).
- um artista que tem mercado, tem carreira, mas não tem muito conceito... é basicamente um sortudo... é uma situação praticamente impossível de sustentar por muito tempo, sua obra não vai repercutir longe.

Existe um quarto problema... também muito comum... quase constrangedor, falta de produtividade: o artista tem conceitos, tem carreira e tem acesso ao mercado, só não tem produção suficiente para um retorno significativo. Isto acontece quando o artista tem um ganha-pão distinto do fazer artístico, "sobra-lhe pouco tempo"... também acontece por falta de ambição! A solução para isto é simples. Contratar um assistente por 30 dias e criar com ele uma rotina de produção intensiva para produzir e entregar seus trabalhos. Ja fui assistente de muitos artistas. Este tipo de solução é ótima para exposições definidas, quando é preciso dar conta de muita coisa com um destino ja acertado. Ou quando queremos tirar um certo atraso de produtividade para mostrar produção. Vale lembrar que muitos artistas famosos tem assistentes contratados permanentes, para atender a demanda constante da agenda. Os artistas não tem patrão, mas precisam mostrar muito serviço.

Estou a sua disposição,

Um abraço!

Ricardo Ramalho
artistaramalho@gmail.com

Tuesday, April 16, 2013

In English


Dear friend,

You can count on me to provide support to your initiative in many areas. 
Check the page about some of my fields of expertise in portuguese.
I am an experienced entrepreneur.

Art Consulting is normally related to the curatorial task of "art choosing", but it is required a lot more than that to make a difference in the art market.

Business development should be part of any company's strategy, just like your personal development.

Your team can collaborate with your company new challenges and objectives: a temporary independent consultant can provide support to your team.

Visit my Linked In profile, under constant update, just like this blog :)

And my Facebook Page


Contact me!
Ricardo Ramalho
artistaramalho@gmail.com

Tuesday, April 9, 2013

A importância das galerias é total para todo o sistema de arte.

O mercado é a espinha dorsal do sistema de arte, não se pode imaginar o atual circuito oficial sem o componente comercial. Os museus, embora manifestem um certo afastamento, estão intimamente ligados ao mercado, os curadores contam com os galeristas como seus principais fornecedores de artistas, são raríssimas as curadorias que privilegiam artistas sem galerias. Recentemente questionei no meu blog a qualidade da atuação das galerias nas feiras de arte, então é importante agora esclarecer a importância delas, porque as minhas observações anteriores podem ser interpretadas como uma posição de rejeição ao sistema instituído, e não podemos rejeitar aquilo que queremos dominar.

A relevância museológica dos artistas, que é um dos critérios curatoriais, está intimamente ligada as suas representatividades em coleções particulares (que refletem as demandas artísticas) e os respaldos da crítica especializada. É possível que um artista seja considerado num museu, tendo como base apenas sua aceitação pelos críticos, mesmo que sua atuação no mercado seja tímida, mas isto é muito improvável ja que a produção de apreciações teóricas é frequentemente encomendada pelas galerias, quando editam os catálogos e folders de exposições. Por outro lado a entrada do artista no museu valoriza ainda mais a sua obra e o assédio de galerias. Sim estamos diante de um ciclo vicioso impenetrável.

As galerias, quando fazem um bom trabalho, promovem os seus artistas de uma forma mais agressiva e sistemática do que os museus. Estes tem que dar conta de um acervo vasto, enquanto a galeria é focada em seu punhado de artistas, realizam individuais, imprimem material de catalogação, fazem uma assessoria de imprensa mais precisa, distribuem com mais agilidade, atualizam o preço das obras e fazem eventos domésticos e internacionais com mais frequência do que os museus. Então o artista que pretender se safar longe das galerias não tem muitas escolhas, ou vive na pobreza ou adquire visão comercial ainda mais agressiva e monta uma loja própria, como faz Romero Brito. O problema é que ambas as alternativas conduzem o artista à marginalidade do circuito de arte, sendo a segunda mais feliz do que a primeira.

Ricardo Ramalho

Saturday, April 6, 2013

Feiras de arte ainda estão longe das feiras setoriais

Existe uma diferença gritante entre uma feira setorial de negócios e uma feira de artes, era bom que estes expositores visitassem mais aquelas feiras.

Numa feira setorial as empresas levam um staff numeroso para dar conta dos visitantes e atender com calma, entram na batalha para vencer. Nas feiras de arte cada galeria só leva um funcionário, ou no máximo dois, atendem com pressa, quando são encontrados, ou estão disponíveis. Na feira setorial com frequência o staff do stand é uniformizado para ser identificado, na feira de arte o staff se confunde e se camufla com o público. Uma dica para identificar o galerista: procure aquele com cara de cansado. Na setorial se apresenta a cultura de uma empresa, se faz networking e vendas: na de arte só se quer fazer vendas, e olhe lá. Na feira setorial logística é assunto sério, na de arte logística é nas coxas. Na setorial os stands procuram se distinguir de forma criativa, na feira de arte impera a mesmice. A maioria das galerias tratam as feiras com pouca objetividade, por mais que invistam alto, existe uma visão apequenada do evento, não trabalham a imagem da marca, a abordagem do evento é enfadonha, podem até faturar o suficiente, mas podiam ter um desgaste menor e faturar muito mais.

Como as galerias podem ter uma melhor experiência em feiras? Levando uns 3 ou 4 atendentes especializados, assim eles podem ficar mais soltos pelo pavilhão, com uma identificação clara entre eles, com extrema atenção ao público, com cadeiras no stand para a equipe descansar e sentar com clientes, com uma estratégia logística bem elaborada, com listas e materiais impressos para consulta, artistas bem selecionados, divulgação forte, registro fotográfico e video da feira. Enfim, tratar a feira não como "mais uma feira", mas como uma oportunidade extraordinária.

Wednesday, April 3, 2013

Não é verdade que arte jovem tem risco maior para o investidor

No mercado de arte ja faz parte do senso comum acreditar que um artista consagrado é um investimento mais seguro do que artistas emergentes. Porém, diversos grandes nomes enfrentam uma notável decadência ou mesmo a plena marginalidade após uma fase de grande reconhecimento.
Manter-se na crista da onda não é tarefa fácil neste ramo, a área cultural não é vista como essencial, o telefone do artista não toca se ele não se mantiver bem posicionado e bem visível nas exposições, catálogos, artigos, textos críticos e rodas de tapinhas nas costas. A concorrência entre os artistas é feroz, existem muitas panelas e lobbies para serem administrados ou contornados. A quantidade de espaços para expor corretamente é pequena, e são raríssimas as galerias e museus que realmente fazem um trabalho de valorização dos seus próprios artistas. A linguagem da produção plástica precisa sempre encontrar diálogo no meio, e ser considerada pertinente, interessante, promissora. A manutenção da carreira é algo constante. Um artista emergente deve ser promissor, e mesmo depois de consagrado deve continuar promissor, deve dar a impressão de que sua obra terá uma valorização constante.

De fato um artista de renome, por ja ter uma carreira consolidada e bem catalogada tem maior liquidez, ja que a notoriedade do autor facilita sua identificação pelo comprador. Um jovem artista, embora ja tenha um bom currículo, e demonstre confiabilidade, muitas vezes é desconhecido, exigindo um maior esforço de venda ou re-venda. Entretanto isto não tem nada a ver com risco maior para o investidor. Acredita-se neste risco maior porque os artistas emergentes ainda não estão com as carreiras bem reconhecidas e fica difícil prever até onde eles vão conseguir chegar. Noutros casos ainda mais radicais, o jovem artista desiste de ser artista, abandona sua produção e vai fazer outras coisas. Este seria o pior pesadelo de um colecionador. Por outro lado o preço de artistas em fase de início de carreira é uma fração do que se cobra por um grande nome. Quanto maior a altura, maior a queda: um investidor também pode micar com artistas que ja foram valiosos e estão estagnados, ou mesmo desvalorizados. Pode ainda comprar a fase errada de alguém famoso, certas obras são apenas valiosas em determinadas fases.

Numa coleção de arte jovem, se um ou outro artista não deslanchar, o colecionador ainda tem um grande leque de peças em sua coleção para compensar a perda, especialmente porque o custo mais baixo de aquisição permite a compra de um conjunto muito maior de obras. Outro aspecto a ser considerado é que a valorização de artistas emergentes pode ser dez vezes maior do que nomes consagrados, num mesmo período de tempo.

Por que dizem que artista consagrado é um investimento mais seguro? Porque os marchands preferem lucrar mais por peça vendida, mesmo que atinjam poucos clientes, do que lucrar menos e aumentar faturamento alcançando mais clientes. Além disso suas equipes tem pouco suporte e raramente tem a capacidade de lançar e promover nomes, acompanhar as carreiras, atuando assim num nicho fechado e restrito de pessoas endinheiradas e pouco informadas sobre colecionismo. Claro que estes marchands acabam ficando reféns destes vícios, assim como muitos empreendedores são reféns de suas manias e limitações. Curadores caem neste mesmo jogo, preferem digerir o que ja foi digerido, eles também querem reconhecimento de um circuito de poder ja consolidado, evitam correr riscos com nomes novos e sem repercussão, querem adular jornalistas com nomes conhecidos. São raros os colecionadores, marchands e curadores de atuação garimpeira, que vão atrás do que ainda está para ser descoberto, em compensação são estes os que fazem toda a diferença no desenvolvimento da arte.

Ricardo Ramalho