Tuesday, September 20, 2016

Os três erros mais comuns das galerias de arte

Quem ja deu uma lida neste blog sabe que sou um defensor das normas do mercado da arte. Não recomendo contestação a essas normas, e sim a adesão competitiva e a prosperidade do artista. Uma das missões deste site é abrir as regras do jogo da arte. Além de ser artista, e ja ter trabalhado em museus, trabalhei para galerias importantes em São Paulo, Lisboa, Porto e Madrid.

Não preciso relatar aqui a importância das galerias para o funcionamento do sistema de arte, não preciso justificar as comissões e 50%, estes argumentos aparecem noutros artigos deste blog. Nestas andanças posso elencar aqui Os Três Erros Mais Comuns das Galerias de Arte:

1) Acervo muito pequeno, para uma grande sala expositiva. 
A maioria das galerias tem uma impressionante sala expositiva, uma fachada suntuosa, mas os acervos são pequenos. Raras são as galerias que apresentam um acervo impressionante, bem organizado e bem catalogado. Era preferível fazer o contrário, ter uma sala expositiva pequena e a sala do acervo maior. Quando um cliente visita uma exposição ele vai querer ver outras coisas no acervo. Se não encontrar o que procura, algo de interesse, ele vai embora. O cliente quando quer comprar uma obra deve resolver a compra no acervo da galeria e não ficar pulando de galeria em galeria. É um erro ter um acervo mal organizado, pequeno, e sem uma catalogação de acesso rápido. Galerias importantes tem bons acervos, mas outras galerias importantes tem acervos que deixam muito a desejar.

2) Falta de staff.
Algumas galerias concentram toda a atividade na mão do dono e ele possui no máximo um ou dois assistentes. Uma equipe de duas ou três pessoas não é suficiente para alavancar vendas e repercutir a programação de uma galeria com custos mensais elevados. É preciso fazer controle financeiro, contato com artistas, contato com clientes e curadores, planejamento e execução de divulgação, atualização de sites, midias sociais, geração de conteúdos, produção de exposições, coordenação logística, organização do acervo, catalogação, assessoria de imprensa, planejamento de feiras, prospecção de artistas, programação cultural, produção gráfica, produção de textos, fotos, cobrança, orçamentos, embalagens, videos, visitas, gestão de carreira de 30 artistas... É muita coisa para dar conta. As grandes galerias tem 15 a 20 funcionários. As médias tem 10. As super enxutas tem 5... cuidado com staffs menores do que isso.

3) Falta de gestão profissional.
Longe de mim querer aborrecer os marchands, pessoas tão importantes e elegantes, pelos quais queremos ser representados. Estou elencando problemas recorrentes das galerias. Abrir uma galeria pode parecer como abrir um bar: "fácil, o proprietário aplica seus caprichos e tudo se resolve com o tempo"...não é assim. Por isso tantos bares fecham e tantas galerias não dão o resultado esperado. O resultado não é apenas para a casa, mas também para os artistas, e funcionários e investidores (afinal uma boa gestão de carreiras artísticas valoriza os artistas). Gestão de recursos humanos é algo inexistente nas galerias, plano de carreira para funcionários: esquece. Treinamento: esquece. Comissões quando existem são pagas conforme a lua. Plano de vendas: nada. Estratégias de desenvolvimento: nada. Reuniões com a equipe? Nada. Redação de emails para a equipe? Zero. Nem bilhetes os patrões escrevem, em geral as instruções são passadas verbalmente, e olhe lá. Organograma? Pra quê? Administrativamente não tem nada de nada? Tem sim, muita vaidade nas galerias, muita pose em detrimento de um trabalho profundo, muito improviso, muito cansaço, muito ciúme, muita competição interna na equipe, muito silêncio e muita centralização de poder que engessa o negócio.

Enfim, não é fácil o mercado de arte. Convém adotar linhas de ação consagradas nos manuais de gestão. Não precisa inovar na gestão de galerias. Fazer o mínimo ja seria um avanço. E os artistas também tem contribuições a fazer para prosperar os negócios. Sucesso!

Ricardo Ramalho

Wednesday, July 13, 2016

A única coisa que um artista tem que fazer: e não é arte

O êxito profissional demanda centenas de ações adequadas. Toda vez que lemos "dez maneiras para fazer tal coisa" ficamos com aquela impressão de truque, aqueles irritantes "life hacks", reducionistas, ou pior, fica parecendo enchimento de linguiça ou isca de visualização de blog. Claro que é importante postar conteúdos úteis, com diferencial, e ter um blog generoso. Acredito que artigos devem conter alguma provocação, como é o caso deste, senão ficam "consensuais", enfadonhos e aguados. Sou particularmente provocativo nos títulos sejam em textos ou exposições. Não existe uma receita de bolo para ser artista, mas se as pessoas seguissem as indicações deste blog certamente se desenvolveriam mais. Não é fácil viver da arte e avançar segundo minhas próprias palavras. Vamos assim mesmo em frente nesta missão educacional, porque meu objetivo como consultor e professor será sempre que meu interlocutor seja mais próspero do que eu.

Fazendo um exercício estimulante de síntese proponho a única coisa que um artista tem que fazer: exposições. Observe que não adianta fazer arte sem expor. A exposição é o evento que conclui a obra. O artista que não mostra seu trabalho nunca será reconhecido. A menos que seja Arthur Bispo do Rosário, considerado louco, passou a vida no manicômio e fez uma obra tão vigorosa e contemporânea que chamou atenção de curadores. Não está nos planos da maioria das pessoas viver no hospício, rodeado de pessoas de saúde mental duvidosa... embora fora do hospício também tenhamos de conviver com esse tipo.

A exposição exige a produção das obras, então expor obriga a fazer arte. A exposição faz o trabalho evoluir porque conseguimos visualizar o conjunto da obra como algo conquistado, a tal ponto que queremos ir além. Outro efeito importante de expor é submeter o trabalho a apreciação pública e isso demanda coragem e capacidade de diálogo e argumentação. Com frequência ouvimos uma crítica e temos a oportunidade de formular uma argumentação: é a apreciação da apreciação. A capacidade de dialogar sobre o próprio trabalho ajuda a despertar interesse, empatia e formular os próprios conceitos da obra.

A função da arte é gerar uma experiência no público e isso só pode acontecer numa exposição. Há quem diga "faço arte para mim, não para os outros"... soa bastante desprendido e impetuoso, mas também um pouco ingênuo e desinteressante, a meu ver. A obra precisa dialogar com a contemporaneidade, com o mundo, e não com o quarto do artista.

Além de motivações poéticas e de transformação do entorno, as exposições tem um objetivo secundário imprescindível: acessar curadores, colecionadores e marchands. São eles é que vão trazer o pão para o artista, e publicar catálogos, e permitir exposições ainda maiores. No mercado de arte a apreciação da obra é indissociável da apreciação do currículo. "Quem fez" a princípio é mais importante do que "o que fez". Quanto mais relevante o currículo mais liberdade o artista ganha, quanto mais numerosas as exposições mais confiantes ficam os colecionadores. Se inspira credibilidade no comprador (que afinal é um investidor e quer ter segurança) inspira interesse no galerista. Se faz exposições interessantes e ainda tem o respaldo social então o curador sente-se confortável para colocar o obra sob os holofotes do museu, quem sabe incorporar no acervo e produzir catálogo. É curioso notar que as galerias ocupam frequentemente o papel dos museus, não apenas na imitação do cubo branco museológico, mas também na produção de seus próprios catálogos, convidam críticos para escrever, agregar valor e dar credibilidade à publicação. Toda essa produção em torno do artista é muito valiosa. Por vezes mais valiosa do que a própria obra.

Assim podemos notar que a exposição é o pilar mínimo da atuação de um artista com ambição. Expor constantemente exige a produção constante de obras. Expor ao longo da vida leva ao questionamento "dessa obra de tantos anos" pressionando assim sua evolução. Expor celebra o trabalho, presenteia o público, altera os ambientes e amplia seu alcance. Expor exercita a autocrítica, o diálogo e a inserção no mercado. Sem exposições um autor não vai longe. Expor imortaliza o artista.

Ricardo Ramalho
à sua disposição pelo email :)
artistaramalho@gmail.com


Thursday, July 7, 2016

Um perfil de consultoria para artistas

RR, Da série provérbios, 2002, 32x40cm
Quando dou consultoria para carreiras artísticas, e dou várias, não trato arte como terapia ocupacional, não afago obras duvidosas nem descrevo o mercado de arte como uma coisa linda. O diálogo com o artista se dá sobre a realidade do sistema de arte, sem romantismo e fantasias, com muita objetividade e soluções sobre a mesa. Um artista pode ficar 5 anos estagnado. Okay... e se ficar 10 anos? 20 anos estagnado? Que tal a vida inteira na obscuridade e frustração? Em poucos meses de foco este quadro pode ser revertido.

Arte é uma profissão competitiva, não se aceita amadorismo. Minha abordagem visa desenvolver o percurso do artista, longe da marginalidade, com vistas a um sentimento de pertença ao circuito de arte.

Podemos ter conversas agradáveis sobre a poética das coisas, a arte que está em tudo e todos, mas não será essa a conversa que vai desenvolver sua carreira. Arte é tudo que nos rodeia sim, apenas para os artistas avançados. Para os emergentes arte é somente aquilo que será apreciado como arte. O foco sugerido da consultoria está na verificação dos conceitos estéticos da obra, produção, portifólio, exposições, mercado de arte, curadoria, galeria de arte, catalogação, reconhecimento, referências.

Meu email é artistaramalho@gmail.com podemos fazer uma sessão pelo skype sem compromisso. 

Este é o blog top do Google em consultoria de arte :)


(imagem: Da série provérbios, #1, vinil sobre pvc, 32 x 40 cm, Ricardo Ramalho - apresentado na coletiva AAA, Galeria Baró Sena, 2002).

Wednesday, June 29, 2016

Who is Ricardo Ramalho

I need to have a paragraph in English :)

The begining of my artistic career I consider when I did my first public exhibition in 1995, I was still studying at Faculdade de Artes Plásticas, FAAP. I graduated in 1997. Right after that I became a curatorial assistant of the Museu de Arte Moderna de São Paulo, for 4 years. I learned a lot about the art system and curatorial issues. In 2002 I started also doing some independent curatorship projects. After 2005 I shifted from public institutions to the art market and did executive work in many private galleries. Meanwhile I took some post graduation courses in Cultural Action, Museum and Curatorial Studies. I have been running artist´s residencies for many year. I organized residences in Portugal, and later in São Paulo, at Instituto Volusiano, and recently other residencies listed below. I am also an art collector, as I believe artists need to be an example in art collecting. I have done many different things in my life, like astronomy teaching, beekeeping, sailing and restaurant management.

At the moment I am:
- art consultant, and article writer at the top blog in portuguese about Consultoria de Arte
- curator of Casa Tamarindo cityscape residency program (listed in ResArtis)
- curator of Prainha Residência Artística beachfront residency program (listed in TransArtists)
- diretor of Seu Video productions for YouTube and event videos (facebook page)
- boatbuilder at Estaleiro Oficina (check blog), amateur boatbuilding and plans selling (facebook page)
- struggling artist, check my CV and some art works in artistic my blog.

Personal contact
artistaramalho@gmail.com
Personal FB page
https://www.facebook.com/ramalhoface
São Paulo - Brasil


Friday, June 3, 2016

Coaching com RR Coach

Ricardo Ramalho autor do blog top do Google em Consultoria de Arte agora lança um novo serviço que é a sua cara:

Coaching! Atendimento imediato para o acompanhamento semanal do seu desenvolvimento pessoal com a nova marca Suporte Coaching. Conheça:
- o novo blog www.suportecoach.blogspot.com.br 
- novo twitter https://twitter.com/suportecoach
- e o novo Canal Suporte Coach do Youtube.

Assista este breve vídeo introdutório!


Qual a diferença entre Coaching e Consultoria?

Em linhas gerais o coaching é mais focado no indivíduo e seu desenvolvimento pessoal, enquanto a consultoria é mais focada no aspecto organizacional de empresas. Claro que a consultoria também abarca aspectos de equipes e desafios individuais, afinal a consultoria é uma atividade muito abrangente já o coaching é mais específico. A consultoria pode trazer soluções técnicas específicas e participar diretamente na implantação de novos padrões operacionais, ja o coaching atua de forma mais distanciada dando suporte para o próprio cliente encontrar as soluções que precisa. Consultoria e coaching tem algumas coisas em comum: o cliente é o protagonista, a busca pelo desenvolvimento e o compromisso com novas linhas de ação.

Thursday, February 25, 2016

Como pintar quadros (e ser reconhecido)

Paisagens iguais de Ricardo Ramalho 2005, Porto, Portugal
Uma vez eu disse que era artista e me perguntaram: você faz o que? Respondi: pinto quadros. A pessoa respondeu "Que gostoso!"

Como tenho um pendor educacional tive que explicar que pintar quadros não era assim tão gostoso. É uma atividade muito contida, de movimentos precisos, calculados, exige disciplina, dedicação, isolamento e capacidade de gestão da carreira. E se não for assim o artista passa fome. O trabalho artístico não é bem compreendido por 90% da população, sendo otimista. Se a pessoa diz "sou cirurgião" ninguém responde "que gostoso".

Então vamos ao que interessa: como pintar quadros e ser reconhecido.

Você precisa pintar em série. Veja o exemplo de Pollock. Suas pinturas parecem muito soltas. Mas se olhar o conjunto das obras onde utiliza a técnica do dripping (gotejamento sobre a tela) verá que o conceito do trabalho é o mesmo em dezenas de pinturas. Isto é pintar em série: manter um padrão conceitual coerente. Como pode ver não é assim tão solto e gostoso, é até bem mecânico. Sim, é uma linha de montagem. Uma vez eu dei um curso de pintura no MAM que se chamava "Indústria de Arte". Cada aluno deveria pintar três telas com o mesmo conceito. O curso foi um sucesso. Outro exemplo Beatriz Milhazes, nossa artista milionária viva: pinta sempre seus ornamentos abstratos aleatórios, como mosaicos ou caracois, em cores vivas e chapadas. Sua obra ja atingiu um milhão de doláres em leilão. As pessoas precisam disso, elas querem olhar uma obra é dizer "isto é um fulano de tal". Como você sabe que é ele? "Ele pinta a mesma coisa há 30 anos".

Quer fazer diferente? Quer pintar cada hora uma coisa? Boa sorte, pense duas vezes antes de me procurar, tenho uma família para alimentar. Os curadores não podem dar muita trela para o amadorismo, eles precisam cuidar da aposentadoria e sugiro que todos façam o mesmo.

A coerência na produção é um princípio básico para alavancar carreiras artísticas. Fotógrafos e escultores fazem o mesmo. A grande fotógrafa Rochele Costi por exemplo e suas famosas fotos de quartos. Não seria o caso de fotografar cozinhas e banheiros. São apenas quartos. E assim ela está nas melhores galerias e museus. Pode até desenvolver séries distintas, séries paralelas, ou séries sucessivas, desde que sejam em série. Ja reparou que em exposição de galeria tudo parece igual? Mais de uma vez fiz exposições com pinturas em série, absolutamente iguais (vide foto). Isto sim é coerência.

Muito bem, você conquistou sua coerência, você tem suas referências para isso e agora? Faça exposições. Sem as exposições você não é nada. Não é sequer um artista. Depois da sua primeira exposição aí sim poderá se auto-proclamar artista. E ninguém duvidará. 

As exposições são essenciais para amadurecer o trabalho, ouvir o feedback das pessoas, dar a conhecer a obra para o público especializado (curadores, críticos, colecionadores, marchands). As exposições ajudam a registrar a carreira, a catalogar as obras, elas conferem legitimidade ao artista e confiança ao investidor. Expor é uma ferramenta de autoestima do artista, dá uma sensação de dever cumprido, de contribuição à sociedade. Existem lugares bons e menos bons para expor, locais alternativos ou oficiais, locais com boa luz ou na penumbra. Seja criterioso, sem ser purista, pode desbravar novos espaços mantendo um minimo de qualidade. Também não adianta ter o currículo repleto de exposições em churrascarias... convém expor num restaurante japonês de vez em quando.

Okay, você tem obras coerentes e faz exposições. O que mais? Tudo depende da sua ambição. Quer ficar rico mesmo? Contrate assistente para produzir feito louco e inundar o mundo com sua arte. Quando maior sua produção maior poderá ser seu alcance no mercado. Mantenha um portfolio bem feito com suas obras, um site ou blog para facilitar a apreciação. Saiba negociar e pagar comissões, não seja duro no comércio. Sociabilize, frequente vernissages, entre em panelas, "tenha uma carteirinha de artista" como diz o Nelson Leiner. Um desafio importante é se manter na crista da onda, ou pelo menos na marola. Fazer sempre a mesma coisa pode também gerar críticas desfavoráveis. Cuidado com a decadência. Dizem que certos artistas plagiam a si mesmos. Vai vendo a dureza do nosso meio. Muito cuidado no mundo da arte. Gostoso mesmo são vernissages bem servidas.

Sucesso! Ricardo Ramalho

Saturday, February 20, 2016

Apenas 3 dicas para Whatsapp e chat de equipes profissionais

Existem basicamente três tipos de chat nessa vida: chat com amigos (incluindo familiares), chat com clientes e chat com colegas de trabalho. Nos dois primeiros dificilmente haverão problemas, porque amigos querem se falar, e clientes querem falar com fornecedores. Tenho visto problemas na terceira situação: chat entre pessoas que trabalham juntas. A razão é óbvia... elas não querem se falar.

Cada nova tecnologia trás novas soluções, novos aprendizados e novos problemas. Não é de hoje que muita gente tem dificuldade com a escrita e com a leitura. A proliferação dos chats, a rapidez dos textos e a abreviação de frases só pioram a leitura e a escrita. Estamos vivendo uma situação de atrofia dessas capacidades em escala global.

As 3 dicas que tenho para equipes que usam chat, seja pelo Whatsapp, Messenger ou qualquer outro são as seguintes:

1) Evite usar o chat para assuntos profissionais de longo prazo, use somente para temas emergenciais, urgentes, efêmeros ou de curtíssimo prazo. Por exemplo: "olá por favor traga seis pães" é uma ótima frase para um chat, resolve algo urgente e efêmero. Mas nunca enviei o seguinte chat "olá, você vai ficar responsável pelo suprimento de pães". Este tipo de mensagem seria melhor por email, porque é um registro de responsabilidade, que posteriormente poderá ser resgatado. Além disso a tarefa por ser de longo prazo pode gerar questionamentos e um debate interminável no chat. No chat as frases vão se acumulando e as informações e acordos se perdem.

2) Não discuta problemas profissionais no chat, as pessoas não estão se vendo e não percebem as entonações de voz. As vezes passamos instruções complexas via chat (primeiro erro, deveria ser por email), as pessoas não compreendem e o debate começa. Pode ser o caso de telefonar, fazer um skype ou enviar um email.

3) Sempre que receber um conteúdo importante no chat responda simplesmente com um "ok" ou algo assim, sinalizando com boa vontade que você leu e está de acordo. Faz parte da etiqueta de internet. Até nos emails uma réplica deste tipo é simpática. Se essa gentileza for seguida poderá evitar até os dois outros problemas acima. Eventualmente um "ok, depois conversamos" é uma boa resposta que sinaliza a leitura e eventuais ressalvas que serão tratadas depois.

Vou dar mais um exemplo que ilustra as três dicas:
Falhou a entrega de um produto a um cliente. Procedimento certo: enviar um chat ao colega de escritório informando o acorrido e definir uma solução de curto prazo. Todos estarão de acordo que o problema precisa ser resolvido com urgência. O erro pode vir agora: no chat começam a trocar mensagens do porquê isso aconteceu, como poderia ter sido evitado, quais os novos procedimentos que passarão a ser adotados para evitar o problema... pronto... você arrumou um outro problema. O debate não terá fim, e as resoluções vão se perder no chat. Marque uma reunião sobre o tema ou troquem emails com calma.

Quer um atalho para evitar os problemas acima e ficar bem a vontade? Só use o chat com pessoas que usam bem o chat. Se você tem um colega que não usa bem o chat tome cuidado para não se estressar porque a comunicação poderá ser frustrante. Às vezes temos colegas que usam bem e podemos ter longos bate-papos sobre temas importantes, mas existem casos em que a conversa não é correspondida. Esqueça. Com esse colega seja telegráfico, seja simpático no chat, mas fale o mínimo dos mínimos. A menos que a empresa forneça um treinamento de uso de chat... (tipo pedir para o colega ler este artigo) o que sinceramente não sei se funciona, porque as vezes o interlocutor tem limitações estruturais para ler e escrever, ou não tem experiência em comunicação corporativa ou não quer aprender essa nova habilidade.

Sucesso e bons chats com amigos, clientes e colegas. Um abraço Ricardo Ramalho :)
PS: Ah!! O simpático sorrisinho :) ou aquele kkkk ou o rsrssrss amenizam bem e podem salvar vidas, no Facebook ou nos chats.

Saturday, January 2, 2016

Manual Mínimo das 9 Etiquetas para Internet e Celular

Este guia pretende evidenciar um padrão eficiente e agradável de comunicação entre as pessoas. Muitos não simpáticos ao vivo, mas na internet... (também exite o contrário: na internet é um amor, ao vivo nem tanto). Convém se adequar no email, facebook, ou celular para evitar ruídos.

1) Jamais deixe recados gravados em caixa postal de operadora de celular. Você gosta de receber mensagens assim "você te um novo recado"? Você curte ligar para a operadora, ouvir as propagandas, ouvir o aviso "esta ligação é gratuita!" e depois de longos segundos ouvir os recados mal gravados e desnecessários?? Não curte??? Então não deixe recados para as pessoas.

2) Se tiver que deixar recados gravados, seja na operadora ou no whatsapp diga logo sobre o que se trata. Evite deixar recados assim "me liga", ou "preciso falar com você". Introduza o assunto para dar uma satisfação e tranquilizar o outro.

3) Não trate de trabalho nas mensagens do Facebook. Utilize o email. Assuntos sérios pelo Facebook depois se perdem. No email tudo fica registrado.

4) Outra dica muito boa sobre emails: que tal responde-los? As vezes um pequeno "Okay" é como se fosse um néctar para quem recebe. No whatsapp também. Os risquinhos azuis não substituem uma boa atenção sobre o recebimento de algumas comunicações.

5) Sempre responda emails com cópia para pessoas envolvidas no trabalho, ou copie pessoas que possam vir a se envolver. Elas se sentem valorizadas e o conhecimento de espalha.

6) Sempre leia os emails em que você recebe cópia. O email não é para você, mas se foi copiado é porque você tem relevância e compromissos estão sendo firmados. Se você acha que recebe emails em cópia sem necessidade converse com o remetente a respeito. Eventualmente ao receber muitos emails copiados importantes é bom dar um sinal de vida de vez quando, do tipo "Okay pessoal!! Estou a par de tudo". Ou então "Okay, obrigado!"

7) "Não escreva o que não diria pessoalmente", importante para todo tipo de situação, facebook, email, foruns online. Também e bom evitar de contrariar os outros de forma dura. Se for contrariar seja fofo.

8) Quer se queimar de vez?? ESCREVA TUDO COM CAIXA ALTA!!! (note que pouca gente usa caixa alta, tamanha a gravidade).

9) Lembre-se de que existe algo bem pior do que o corretor de texto que troca suas palavras: escrita às pressas. Releia antes de enviar.

Por enquanto é isso. São incontáveis os deslizes que se cometem na internet. Como sabem, é pior deslizar no Facebook do que no Jornal Nacional.

O cuidado na comunicação, a expressão de forma eficaz, atenciosa e cordial, são pilares da liderança e reputação com colegas e queridos.

Um abraço!

Ricardo Ramalho