A Consultoria de Arte tem sido o primo pobre da consultoria de organizações, ela tem sido limitada ao trabalho de seleção de artistas para acervos de colecionadores, ou galerias. Pouco além disso, este tipo de trabalho tem no máximo algum cuidado com a catalogação, e mais nada. Embora a consultoria curatorial seja relevante é preciso ir muito além para atender as demandas do circuito oficial cultural.
Você conhece algum consultor de arte que trabalhe aspectos comerciais, logísticos, administrativos e de gestão de pessoas? Se conhecer me avise. Os consultores de arte costumam reproduzir todos os vícios do sistema. É preciso entrar em todos os departamentos e buracos da empresa, com suavidade, não fazer vista grossa, e tratar de aspectos menos chiques e menos visíveis. Não se pode ficar só fazendo um trabalho "para inglês ver".
O consultor não é um sabe-tudo, é alguém dedicado ao desenvolvimento, tarefa que em geral não há ninguém designado na empresa. Normalmente a equipe está mergulhada em tarefas para ontem e na entrega de serviços, não há disponibilidade para implantação de melhorias. Desenvolvimento de negócios não é um bicho de sete cabeças, é só ter alguém que trate disso dentro da organização e que exista suporte para essa pessoa. Quando alguém se dedica aos aprimoramentos e existe soma de forças a coisa evolui.
Uma vez fiz um curso de cultivo em estufas. O agrônomo disse:
"Ou você é produtor, ou é agrônomo, não dá para fazer as duas coisas. Quando exerço a agronomia não tenho tempo para produzir, eu quando estou produzindo agricultura eu tenho de contratar um agrônomo, alguém atualizado".
Ou seja, fazer é uma coisa, desenvolver é outra.
Um abraço!
Ricardo Ramalho
artistaramalho@gmail.com